Terapia de Casal

O Casamento é uma das mais complexas formas de relacionamento. Difere de todos os outros tipos de relação, pois tem presente a intimidade sexual. Se esta não estiver presente, caracteriza-se como qualquer outra forma de relação mas não a conjugal.
“Quando os casais se casam ou unem, acham que são apenas ele dois neste novo cenário. Ignoram que cada um, não só traz marcas de suas experiências familiares como também uma influência, maior ou menor, da respectiva família sobre cada um deles, o que vai se manifestar quando um filho nasce. “ Moises Groisman, 2017
Diante dessas considerações, muitas situações desgastantes podem surgir se o casal não conseguir conciliar as suas diferenças e crescerem com elas.


Indicações para Terapia de Casal:

“Normalmente um dos dois no casal denuncia ou anuncia a dor, o sofrimento, enquanto que o outro pode se mostrar indiferente, acomodado, conformado ou até satisfeito não reconhecendo ou não avaliando corretamente a queixa do parceiro.” Iara Camaratta Anton, 2009
São indicações para Terapia de Casal diversos fatores, entre eles:
- Conflitos importantes nas relações interpessoais, que se agravam com o tempo;
- Padrões de interação destrutivos, que podem levar à violência ou à quebra da relação;
- Dificuldades na intimidade, envolvendo a comunicação de afetos e sentimentos, companheirismo, planejamento da vida em comum, troca de papéis;
- Disfunções que surgem em função de mudança de um dos parceiros, mudança profissional, mudança de características de personalidade pelo próprio crescimento pessoal ou em consequência de terapia;
- Disfunções sexuais: vaginismo, anorgasmia, ejaculação precoce, desejo diminuído ou insatisfação com o desempenho do parceiro, etc.
- Quebra de confiança e as consequentes mágoas decorrentes do problema;
- Casal com filhos pequenos, filhos adolescentes, casais perante o ninho vazio; isto é mudanças no ciclo vital da família;
- Disputas conjugais gerando conflitos com relação a poder entre indivíduos, famílias e bases culturais.
Atualmente, reconhece-se também que a terapia de casal além de ser uma alternativa para superação de conflitos conjugais, a terapia tem se mostrado importante para uma boa separação ou um bom divórcio, sendo eficaz para os envolvidos, casal e filhos.
A indicação de terapia de casal não é tudo, decisivo e importante é o desejo, o interesse em se tratarem. A terapia pode ser um local de queixas, de quanto o seu parceiro deixa a desejar e de encontrarem no terapeuta um aliado capaz de reformar o cônjuge em questão.
O que precisa ficar claro, é que embora qualquer indicação de dificuldade conjugal pode ser sugerida para terapia de casal, o que importa mesmo é o desejo genuíno de fazer mudanças e a disposição para trabalharem a relação. Assim como a coragem de ambos admitirem sua parcela de responsabilidade nas frustrações amorosas do casal, de compreenderem as raízes de seus conflitos e de buscarem alternativas, novas soluções a partir da elaboração de suas experiências.


Como eu estruturo a Terapia de Casal?

O atendimento é realizado como o casal e depois organizamos entrevistas individuais.
Em algumas situações utilizo ferramentas para avaliar a qualidade de vida conjugal, sexual e afetiva, realizo o mapeamento das áreas problemáticas do casal, busco conhecer a história do casal e também das famílias de origem.
A frequência das sessões será agendada conforme a necessidade do casal, condições emocionais e financeiras para a realização da terapia.


Medos com relação à Terapia de Casal

É comum surgirem muitos medos e resistências a terapia de casal pois é abrir , expor e mostrar suas experiências mais intimas e dolorosas a alguém desconhecido e ainda na presença do cônjuge. Esse desconhecido (terapeuta) pode me julgar, interpretar, dizer que estou certo ou que estou errado.
O papel do Terapeuta de Casal é tratar a relação do casal, seus padrões de relacionamento e seu sofrimento. Não ficará do lado de um ou de outro na terapia, o papel é dar voz aos sentimentos de ambos com relação ao que está acontecendo com este casal.
Não tem o papel de julgar, avaliar, tem o papel de escutar e pontuar percepções compartilhando com o casal, para verificar se faz sentido sobre a relação deles.
Em uma terapia de casal não se busca culpados ou inocentes, mas desvendar, quais elementos levaram os parceiros a se escolherem e como tem construído sua história vincular. Trata-se de uma busca de sentido, ou seja, significado, bem mais do que uma simples mudança comportamental. A escolha conjugal é inconsciente e por isso, muitas vezes está ligada a busca de repetição de padrões da infância, mas que não irão se confirmar na experiência de casal. Explico melhor na sessão de terapia essa questão ... não se preocupe com isso agora.
As decisões do casal, ainda serão tomadas pelo casal. As decisões nunca serão do terapeuta, inclusive isso é antiético. Assim como dar conselhos ... terapia de casal não é aconselhamento, é tratamento da relação.
As sessões de terapia de casal proporcionam novas percepções, o que pode ser fonte de gratas surpresas, mas também de dolorosas experiências íntimas. Por isso, busque um terapeuta onde sinta que existe empatia e acolhimento do seu sofrimento pois assim o processo será mais “amigável” quanto a adesão.
No contexto terapêutico, não vou me posicionar como um profissional que sabe tudo sobre Terapia de Casal ou sobre como os casais devem funcionar, até porque cada casal tem seu funcionamento, ajustes e acordos. Mas abriremos as portas para um diálogo terapêutico, no qual as pessoas envolvidas no processo, aprendem a escutar de forma acolhedora, interessada e desprovida de preconceitos ou formulas prontas, ao mesmo tempo aprendem a falar, revelando-se ao outro de forma adequada, que favoreça as possibilidades de entendimento e de solução para possíveis conflitos.